sexta-feira, 25 de novembro de 2011

(TOC), transtorno obsessivo-compulsivo


(TOC), analisando suas origens e seu tratamento baseados na teoria da aprendizagem (modelos desenvolvidos experimentalmente por Pavlov, Skinner e Bandura) e no modelo cognitivo (centrado principalmente em Aaron Beck e Salkovskis). É a fusão do modelo comportamental com o cognitivo.


Como surgem as compulsões? -1. Por uma vulneralidade orgânica (neurofuncional) - (como expliquei em artigos anteriores - e ou psicológica-sócio-educacional (teoria da aprendizagem social de Bandura, de Stantford) situações comuns como banheiros, torneiras, trincos de porta, cores, números ou idéias em meio a um estresse associam-se a medos ou fobias (condicionamento clássico de Pavlov). -2. Tais medos são estendidos a outras situações ou objetos próximos. -3. A pessoa aprende por ensaio ou erro (Thornidike) que evitando (evitação) o contato com a torneira, o trinco da porta, o sanitário, etc e tal, neutraliza ou alivia o medo. -4. Este alívio leva a pessoa a aprendizagem que quanto mais vezes fizer evitações ou rituais (lavar as mãos, tomar banhos demorados, alinhar roupas) menos sofrimento terá (condicionamento operante de Skinner ou modelo do reforço). -5. O alívio, mesmo que temporário, leva a habituação de que os rituais e as evitações são necessárias e os comportamentos tornam-se repetitivos (TOC).



E qual o papel dos pensamentos (cognições) nisto tudo? -1. Há pessoas que por genética e ou educação, tornam-se sensitivas a culpas, organização, culpabilidade em não poder falhar. -2. Tais pessoas são susceptíveis a interpretar o mundo de forma negativa ou distorcida (distorções cognitivas de A. Beck, Friemann e outros). -3. Tais distorções do pensamento levam a pessoa a interpretar que serão responsáveis por algo de ruim poderá acontecer a si ou familiares se não realizarem evitações, rituais ou anulação por outros pensamentos compulsivos. -4. Tais interpretações geram ansiedade e dúvida (a dúvida obsessiva) o que leva a novos rituais de limpeza, checagem (verificar se a porta está fechada na ordem de 2, 4, 6 vezes, como um exemplo). -4. Tais convicções fazem com que o indivíduo fuja da exposição prolongada e parada de resposta (habituação, muito utilizada na terapia comportamental).



O tratamento pode ser efetuado com terapia cognitivo-comportamental e medicamentos (liberadores de serotonina), dependendo da gravidade do caso. Inicia-se com a lista de rituais e evitações (dos mais simples aos mais complexos). Segue-se com exposição ao medo para haver habituação e eliminação dos sintomas. O terapeuta toma uma série de medidas preventivas, tais como fornecer poucos exercícios, repeti-los até a eliminação da ansiedade à exposição, fazer exercícios com o terapeuta, usar lembretes e outros mais. Dentre estes "outros mais" está técnica do "pare" onde o indivíduo ordena a si próprio o freio de pensamentos compulsivos e reestruturação do pensamento (cognição) e quando o terapeuta procura captar os pensamentos negativos automáticos, para atingir as diversas crenças nucleares cristalizadas ao longo da vida (perfeccionismo, exageros de risco, responsabilidade em excesso) e através da maiêutica socrática (questionamentos e reorganização) busca atingir as repercussões na qualidade de vida do seu cliente. Na próxima semana, com ajuda ou não do Flamengo falaremos sobre transtornos de pânico.
 Doutor Maurilton Morais .

Nenhum comentário:

Postar um comentário