No período em que os filhos têm os pais como a figura de autoridade máxima dentro da família e aprendem com eles os padrões de comportamento exigidos pela sociedade, podem se tornar muito exigentes, desejam ser tanto amados como respeitados.
Bons pais são aqueles que respeitam as exigências da criança e retribuem seus sentimentos. Só o amor e o respeito mútuos – as duas faces da disciplina – satisfazem plenamente as necessidades de um futuro adulto.
É comum encontrarmos crianças não desobedientes, mas aquelas que não mostram nenhum interesse em desempenhar as tarefas que lhes cabem.São crianças, que agem como se não tivessem senso de responsabilidade. Isso acontece quando essas crianças tiveram uma dose mínima de elogios por suas realizações e pouca oportunidade de fazer-se notar no mundo.
Por que desempenhar certas tarefas se não haverá reconhecimento, elogio ou até mesmo uma orientação por parte dos adultos?
Se o comportamento e suas reações não significam nada para os outros, principalmente para as pessoas que as disciplinam, essas crianças terão pouca, ou nenhuma motivação para tornarem-se agradáveis; adquirem, portanto, uma atitude letárgica e desinteressada, como se dissessem “não ligo a mínima para o que os outros gostam ou pensam”. Por outro lado, há também crianças educadas em lares onde os pais ou empregados fazem tudo para agradar-lhes e reduzem ao mínimo o esforço de suas tarefas diárias. Como consequência, essas crianças crescem esperando que outros façam tudo por elas, privando-as do prazer de descobrir a satisfação que existe quando elas mesmas resolvem seus problemas.
Quando adultos, tendem a ser mais exigentes. Será compreensível que esperem que tudo se resolva com o mínimo de sua parte.
Crianças destrutivas
Um comportamento destrutivo indica que algo perturba profundamente as crianças. É provável que estejam desesperadas, assustadas ou apavoradas com a ideia de perder o amor de seus educadores.
A atenção, ainda que para conservá-las, é pelo menos uma garantia de que existem interesses por elas. Esse problema ocorre em famílias, cujas pessoas, mesmo bem intencionadas, podem não ter tempo, por menor que seja, para dedicar uma atenção exclusiva às crianças, sem que outros afazeres os desfoquem.
É muito importante que cada família ou cada disciplinador tenha em mente que a incoerência de suas atitudes pode refletir no comportamento da criança.
É preciso, portanto, ter o bom senso e a perspicácia para avaliar se esse comportamento indesejável é decorrência da própria criança ou é proposital, devido ao fato de não ter tido a atenção necessária do educador.
Walkíria Gattermayr Ribeiro
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